DO TEU FICHEIRO DE IMAGENS
DO TEU SECRETO COFRE
DE MEMÓRIAS
DOURDIL,NERVOSA E
REFLECTIDAMENTE
QUEBRA O SILÊNCIO
TRAZES UMA MÃO CHEIA
DE LUZ SOMBRIA
LARANJA PRATEADA
DE RUMORES CORPOS
SENSUAMENTE DECEPADOS
(CORPOS SÓ ANCAS)
NUVENS DE
MADRUGADA
PRESAS NO MOVIMENTO
ABANDONADO
DOS BOTES DAS FRAGATASDAS TRAINEIRAS
CORPOS DE SOL
CORPOS DE SAL
A PINTURA DOS AVENTAIS
DAS BLUSAS
DAS SAIAS
DOS LENÇOSDAS PEÚGAS
DE ALGODÃO
DOS OLEADOS DAS CANASTRAS
DOS GRITOS
DOS SEGREDOS
E DOS BEIJOS
DO NASCER DO CRESCER E DO MORRER
A ALFAMA ONDE MORAM
AS TUAS VARINAS
PEIXEIRAS
COMO TU DIZES
SÃO ELAS PRÓPRIAS
FEITAS DE BAIRRO
ALICERCE MOVENTE
ARQUITECTURA SEM PAREDES
PORTAS E JANELAS DE TERNURA.
AS TUAS SENHORAS NUAS
DE SENTIMENTOS
VESTIDAS DE HUMANIDADE
DE GESTOS
VERDADEIROS
AUTÊNTICOS
NATURAIS
DE GESTOS-DE GESTOS
OS GESTOS DA TUA PINTURA
OS GRITOS MODULADOS DO
TEU DESENHO NO CÉU CLARO
FORTEMENTE ILUMINADO
DA BEIRA-RIO
DA BEIRA-TEJO
DO RIO Á BEIRA
DA RIBEIRA DE LISBOA.
DEPOIS AS TUAS MÃOS
MÁGICAMENTE
MÁGICA DE CIÊNCIA
E DE SABER- DE- OFÍCIO
DESDOBRAM O
SORTILÉGIO
DO ACONTECER.
MÉTAFISICA DO QUOTIDIANO
BRAÇADAS DE TERNURA
ANÓNIMA
QUE RÁPIDAMENTE
ORGANIZAS
NO LINHO PREPARADO
QUE DESFOLHAS.
-OUTONO SALGADO
MORDIDO DE SOL
INVERNO ILUMINADO
PRIMAVERA
DE MÃOS E ROSTOS
DE PALAVRAS
DE SILÊNCIOS, DE BEIJOS
DE GRITOS SUFOCADOS
DE HÉLICES
DE REDES, DE GAIVOTAS
DE PORTAS, DE REMOS
DE SOMBRAS FRATERNAS
NOS CORPOS QUE SE TOCAM
CONVIVÊNCIA INADIÁVEL
QUE DESLUMBRADO
AGARRAS E REGISTAS
E RESPONDES.
E RESPONDES,REPITO
NESSA SEGUNDA CASA
ONDE CONVIVES COM ESSA OUTRA FAMÍLIA
QUE TU AMAS TANTO
COMO A PRIMEIRA
QUE É A TUA MULHER E O TEU FILHO
ESSA OUTRA FAMÍLIA
QUE É O CHIADO E A BRASILEIRA
AS LIVRARIAS
OS AMIGOS A RUA
DO ALECRIM,QUE DESCES
DESLUMBRADO A PENSAR
NO ENCONTRO FELIZ
INDIMENSIONAL ABSOLUTOCOM O TEU SOL O TEU RIO
RIO DE PEIXES E DE CORPOS
BRUMA SENSUALÍSSIMA
DE PERFIS SEGREDADOS
QUE RISCAS
NUMA CARÍCIA
MEMORIZADA
TERRIVELMENTE ÍNTIMA
DUMA DOLOROSA ALEGRIA
ALEGRIA QUE CONSTRÓIS
PACIENTE
E EXALTADO
RESPONDENDO
AO PORQUÊ?
AO PORQUÊ?
DA ÁRVORE GENEOLÓGICA DA VIDA
Lisboa, 12 de junho de 1975
Escultor prof. Lagoa Henriques
Nenhum comentário:
Postar um comentário