quinta-feira, 4 de agosto de 2011

«O CINEMA IMPÉRIO ( 2 )» MEMÓRIAS

Em Maio de 1952, seria inaugurado o Cinema Império, localizado na Alameda D. Afonso Henriques, que contou com as presenças de diversas individualidades importantes da altura..





Em 1958, realizou-se neste cinema o 1º Festival da Canção em Portugal, como também posteriormente ocorreram espectáculos musicais com Cliff Richards e os The Shadows, Count Basie e Quincy Jones, etc.
Entre 1961 e 1965 este cinema funcionou como teatro, com a actuação da companhia "Teatro Moderno de Lisboa".
A construção do «CINEMA IMPÉRIO» reflecte o desenvolvimento da cidade de Lisboa em direcção a "ALVALADE" e ao embelezamento da "ALAMEDA".
O projecto do "CINEMA IMPÉRIO" destinava-se ao aproveitamento de um lote de terreno, que dava para três RUAS. Para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS", "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES"e"RUA QUIRINO DA FONSECA"(antiga ESTRADA DE SACAVÉM).
"CASSIANO BRANCO"é o autor do projecto do "CINEMA IMPÉRIO" apresentado em 1945. O novo cinema é definido através de uma estrutura de desenvolvimento simétrico, cujos corpos se articulam no ângulo de confluência da ALAMEDA com a AVENIDA ALMIRANTE REIS, o qual por sua vez, era acentuado por uma enorme caixa luminosa em ferro e vidro, onde se deveriam colocar as letras que compunham a palavra «IMPÉRIO».
Interiormente, a sala de forma rectangular, inscrevia-se no terreno, ocupado-o quase na sua totalidade.
O seu traçado deixava bem delimitadas as diversas categorias de lugares no desenho de uma plateia com capacidade para 908 espectadores e de dois balcões, com uma lotação total de 1418 lugares, conjugados com um sistema de fácil circulação que permitia a possibilidade de movimento entre os bufetes e o grande salão de festas, situado entre o primeiro e o segundo balcão.
A confiança da Empresa no projecto era tão grande que, em Abril de 1945, publica um anúncio nos jornais com a reprodução do desenho da fachada do edifício, no qual dava conta das palavras elogiosas que o "MINISTRO DA EDUCAÇÃO" da altura, teria proferido sobre o trabalho do Arquitecto "CASSIANO BRANCO", ao mesmo tempo publicava que o cinema se inaugurava em Novembro do ano seguinte. ( 1 ).
A "Inspecção dos Espectáculos" levantou objecções ao projecto, estando em  causa a argumentação da localização das entradas e um recinto na sub-cave que se situava no percurso da "Avenida Almirante Reis". Solução que, aparentemente, desvalorizava as ambições que se tinham em relação à ALAMEDA, e o resultado foi que se exigiam tantas alterações que o projecto parou.
Em 1947 foi apresentado um segundo projecto, estando nesta nova versão de CASSIANO BRANCO que acentuava o corpo do edifício voltada para a ALAMEDA.
Virado para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" abrira um grande café de dois pisos. Mesmo assim existiram exigências por parte da "Inspecção de Espectáculos" o que levaram "CASSIANO" a abandonar o projecto, tendo a Empresa chamado o Arquitecto "ANTÓNIO VARELA", que se encarrega das alterações.
Mas novos requisitos foram apresentados pela "Inspecção de Espectáculos" que o Arquitecto António Varela, acabou, também, por se desinteressar do projecto, tendo a obra sido posteriormente confiada a "FREDERICO GEORGE"e a"RAUL CHORÃO RAMALHO".
Ainda no tempo do Arquitecto "ANTÓNIO VARELA" duas grandes modificações foram realizadas: O pano central da parede da fachada (virada para a ALAMEDA) por um enorme envidraçado, que melhorava as condições de utilização dos "foyers" dos balcões, iluminado-os com luz natural, permitindo que deles fosse possível ter uma perspectiva da ALAMEDA; e a modificação do traçado da escada de acesso à entrada principal (alteração sugerida pela "Insp. Esp."), uma vez que no projecto de "CASSIANO BRANCO" era bastante inclinada, não dando 
EMPRESA CINEMATOGRÁFICA IMPÉRIO, LDA.", in "DIÁRIO DE LISBOA", 17 de Abril de 1945.

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