domingo, 17 de janeiro de 2021

Pintura Portuguesa Sec. XX



"Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem"

Sophia de Mello Breyner Andresen




                                           
                                             "Olinda Dourdil"-  Óleo S/Tela © All rights reserved





"OURO INCENSO E ARTE" Luis Dourdil


"Preciso de parar constantemente de pintar para poder proporcionar e receber as sugestões que o quadro me vai dando à medida que nele avanço".

Luis Dourdil


 

                                                        "OURO INCENSO E ARTE"

Foi com este título que o CNAP apresentou uma grandiosa Exposição de consagrados Artistas Contemporâneos.

 Entre os consagrados e já falecidos nomes como Albino Moura ,Cruzeiro Seixas, Martins Correia, Noronha da Costa e Luis Dourdil.




                                             Mulheres de Alfama à janela ano 1960 © All rights reserved

                                                  






sábado, 16 de janeiro de 2021

Câmara Municipal de Lisboa comemora 50 anos dos 50 ateliês dos Coruchéus







A Câmara Municipal de Lisboa assinala, 50 anos depois, a chegada dos primeiros artistas dos Coruchéus num lançamento online com três exposições, o lançamento de um site e a publicação de uma monografia numa programação que se estende até agosto de 2021.

As exposições terão lugar na biblioteca, no jardim dos coruchéus e nos edifícios dos ateliês com os nomes “Os Edifícios” , “O Lugar” e “Os Artistas”, sendo que o lançamento do site é dedicado ao conjunto dos Coruchéus e artistas e a monografia intitula-se “50 Anos 50 Ateliês Coruchéus”.


Junto ao palácio, o projeto dos edifícios surge, nos anos 60, da procura de espaços de trabalho pelos artistas plásticos da cidade, um complexo construído de raiz e desenhado por Fernando Peres Guimarães (1918-2016), um dos mais antigos membros da ordem dos arquitetos.

Para além dos eventos, entrevistas realizadas a 13 artistas serão disponibilizadas na Internet e, ao longo da programação será possível assistir a visitas mediadas, atividades educativas e conversas.

Alberto Carneiro, Ana Hatherly, António Palolo, Ernesto de Sousa, Fernando Calhau e Helena Almeida Luis Dourdil, são algumas das referências que passaram pelo espaço.





                                                Texto de Filipa Bossuet

                     Fotografias da cortesia da Câmara Municipal de Lisboa


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Memórias de Luis Dourdil




Luis Dourdil
"Um artista na continuidade e na renovação"
Mais de quarenta anos de experiência, aberta a uma sempre livre inspiração pessoal e, ao mesmo tempo, a um apuramento técnico amadurecido, lúcido, intransigente com a sua mesma facilidade, fizeram de Luis Dourdil um dos pintores e desenhadores mais seguros de si mesmo nas artes plásticas de Portugal moderno.A sua obra foi sempre e é agora mais do que nunca a de uma personalidade forte, exprimindo-se sem influências que possam ser dependências. E é uma obra excepcional em que a força e firmeza, sem necessidade de feitos nem de rebuscamentos dão uma <verdade> de visão de artista que só deve a si próprio".
Mário de Oliveira

Maria Barroso lê poema de Sophia de Mello Breyner Andresen 


"Eis que morrestes - agora já não bate
O vosso coração cujo bater
Dava ritmo e esperança ao meu viver
Agora estais perdidos para mim
- O olhar não atravessa esta distância -
Nem irei procurar-vos pois não sou
Orpheu tendo escolhido para mim
Estar presente aqui onde estou viva.
Eu vos desejo a paz nesse caminho
Fora do mundo que respiro e vejo.
Porém aqui eu escolhi viver
Nada me resta senão olhar de frente
Neste país de dor e incerteza.
Aqui eu escolhi permanecer
Onde a visão é dura e mais difícil
Aqui me resta apenas fazer frente
Ao rosto sujo de ódio e de injustiça
A lucidez me serve para ver
A cidade a cair muro por muro
E as faces a morrerem uma a uma
E a morte que me corta ela ensina
Que o sinal do homem não é uma coluna.

E eu vos peço por este amor cortado
Que vos lembreis de mim lá onde o amor
Já não pode morrer nem ser quebrado.
Que o vosso coração que já não bate
O tempo denso de sangue e de saudade
Mas vive a perfeição da claridade
Se compadeça de mim e de meu pranto
Se compadeça de mim e de meu canto."

Sophia de Mello Breyner Andresen in Livro Sexto (1985)






        Dra. Maria Barroso, a pintora Manuela Pinheiro e Luis Dourdil numa exposição de pintura.

Pintura Portuguesa Séc. XX


O tempo e o espírito  



"O tempo, embora faça desabrochar e definhar animais e plantas com assombrosa pontualidade, não tem sobre a alma do homem efeitos tão simples. A alma do homem, aliás, age de forma igualmente estranha sobre o corpo do tempo. Uma hora, alojada no bizarro elemento do espírito humano, pode valer cinquenta ou cem vezes mais que a sua duração medida pelo relógio; em contrapartida, uma hora pode ser fielmente representada no mostrador do espírito por um segundo."
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Virginia Woolf (1882-1941) in Orlando




Desenho carvão s/papel © All rights reserved colec/particular


"Nunca fui um paisagista.
Parti sempre da forma real, mas só me interessei de facto pela figura humana.
Parece que apenas nela encontro a beleza e a tragédia, ou partes articuláveis de uma nova ordem, um dinamismo interno-a pintura, antes de tudo"

Luis Dourdil