sábado, 14 de novembro de 2015


"Conheço a obra de Luís Dourdil, que começou por uma figuração abstractizante de raiz cubista, com alguma influência de Jacques Villon (irmão de Marcel Duchamp), que, aliás, ele admirava.
Revela uma apurada sensibilidade ao desenho e à composição, em tonalidades de cor neutra, onde o subtil antropomorfismo é uma constante.
Doudil era um observador atento e excelente conversador, com um perspicaz espírito crítico.
Orgulhava-se das marcadas rugas no seu rosto, de tal modo que, quando Mário Sá lhe fez uma fotografia retocada e sem rugas, o pintor não se identificou nela, comentando: "tiraram-me o que tanto tempo me custou a adquirir!". Outras vezes, com um particular sentido de humor, em situações adversas, dizia: "vou-me demitir! De quê'? - não sei!".
Tive a sorte de ser sua amiga e de ter um desenho seu, com uma dedicatória.
O Eurico costuma dizer que Dourdil é o nosso Arpad
pela diluição dos planos, de cores claras, próximas do 
branco, que deixam transparecer a nudez do suporte".
Dalila D' Alte Rodrigues



Luís Dourdil- Óleo s/Tela com 149 X 111- Colecção particular.
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