domingo, 19 de julho de 2015

" Pintura Antes de Tudo" é o título da exposição da obra do pintor Luís Dourdil agora patente na Galeria de Exposições dos Paços do Concelho. Duas dezenas de pinturas e outros tantos desenhos, para além de materiais e documentos ligados à atividade do artista, integram esta mostra inaugurada no ano em que se comemoram os cem anos do seu nascimento.

A vereadora do pelouro da Cultura, Catarina Vaz Pinto, justificou o referido apoio municipal com o facto de a Câmara Municipal de Lisboa ter a "obrigação de divulgar os artistas que nasceram nesta cidade ou que nela intervieram". A autarca agradeceu, por sua vez, a oferta ao Município de duas pinturas e um fresco de Luís Dourdil, que passam a integrar o espólio do Museu de Lisboa.

 Luís Fernando Dourdil, filho do pintor, agradeceu, em nome da família, às diversas entidades, personalidades e empresas, "mas muito especialmente à Câmara Municipal de Lisboa", os apoios que tornaram possível não só esta exposição como todas as iniciativas do programa que, desde final do ano passado e até ao próximo mês de novembro, assinala o centenário do nascimento do artista.

No acto inaugural, no dia 9 de julho, Maria Teresa Bispo, comissária da exposição, referiu a importância da obra de Luís Dourdil e da sua relação com a cidade - nomeadamente, através do mural no Café Império (restaurado no ano passado), talvez a sua intervenção de maior impacto junto do público. 


A exposição agora patente, com curadoria de José Brito, cobre sobretudo o período de experimentação neo-cubista do pintor, desenhando sobre uma grelha sintética geometrizante figuras populares expressionistas sobre fundo abstrato, que decorre entre meados da década de 50 e meados da década de 80 - embora integre alguns desenhos e a pintura "Homens do Fogo" do seu período neo-realista, dos anos 40. À maneira de catálogo, a exposição é acompanhada por um "jornal do centenário" de Luís Dourdil, com interessante material sobre o famoso mural de 48 metros quadrados do Café Império, do início dos anos 50, executado a têmpera de ovo - e que esteve na génese inspiradora do conto de Fernando namora "Dois Ovos ao Fim da Tarde" - e cujo estudo em desenho integra os elementos expositivos desta mostra.

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