A vereadora do pelouro da Cultura, Catarina Vaz Pinto, justificou o referido apoio municipal com o facto de a Câmara Municipal de Lisboa ter a "obrigação de divulgar os artistas que nasceram nesta cidade ou que nela intervieram". A autarca agradeceu, por sua vez, a oferta ao Município de duas pinturas e um fresco de Luís Dourdil, que passam a integrar o espólio do Museu de Lisboa.
No acto inaugural, no dia 9 de julho, Maria Teresa Bispo, comissária da exposição, referiu a importância da obra de Luís Dourdil e da sua relação com a cidade - nomeadamente, através do mural no Café Império (restaurado no ano passado), talvez a sua intervenção de maior impacto junto do público.
A exposição agora patente, com curadoria de José Brito, cobre sobretudo o período de experimentação neo-cubista do pintor, desenhando sobre uma grelha sintética geometrizante figuras populares expressionistas sobre fundo abstrato, que decorre entre meados da década de 50 e meados da década de 80 - embora integre alguns desenhos e a pintura "Homens do Fogo" do seu período neo-realista, dos anos 40. À maneira de catálogo, a exposição é acompanhada por um "jornal do centenário" de Luís Dourdil, com interessante material sobre o famoso mural de 48 metros quadrados do Café Império, do início dos anos 50, executado a têmpera de ovo - e que esteve na génese inspiradora do conto de Fernando namora "Dois Ovos ao Fim da Tarde" - e cujo estudo em desenho integra os elementos expositivos desta mostra.
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