terça-feira, 26 de maio de 2015

“Temos de Filtrar a Realidade”



"No âmbito das celebrações do centenário do nascimento do pintor
Luís Dourdil (1914 – 1989) que decorrem de 8 de Novembro de 2014 a 8 de Novembro de 2015, congregaram-se diversos organismos, designadamente a Câmara municipal de Lisboa, a EGEAC, o Café Império, a Sociedade Nacional de Belas Artes, o Museu da Farmácia, a Sociedade de Geografia de Lisboa e evidentemente a família do pintor para trazer a obra do artista a público.

"Para comemorar a efeméride organizou-se um vasto programa de iniciativas distribuídas por diferentes lugares de modo a enaltecer o talento e a obra do artista bem como acrescentar uma mais-valia à programação cultural da cidade de Lisboa. Entre as diversas exposições, tertúlias, visitas comentadas, seminários, performances, o programa de actividades relevou um conjunto de iniciativas para um ano e que muito tem contribuído para uma melhor compreensão e conhecimento da obra do artista"

Seminário Luis Dourdil com o Prof. Luis Aires Barros
no Auditório Adriano Moreira no 19 de Maio 
Coordenação científica
Dra Ana Cristina Martins
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias / Sociedade de Geografia de Lisboa)
DraTeresa Bispo
Departamento de Património Cultural
Câmara Municipal de Lisboa

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Luísa Duarte Santos
(IHA-FCSH/UNL) -- Dr Luis Aires Barros Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa.
"A realidade social, um filtro na obra de Luís Dourdil
Os primeiros trabalhos artísticos de #LuísDourdil datam de meados dos anos trinta, e desde logo se lhe observa uma particular atenção à temática social, consonante com as questões estético-artísticas que fazem dessa década uma das mais fervilhantes em termos de debates e polémicas, constituindo solo fértil das mudanças paradigmáticas que ocorreriam nos anos sequentes. Sem dúvida, #LuísDourdil é um pintor moderno, mas mais, é um artista do seu tempo, consciente das transformações estéticas, das vanguardas artísticas desses anos de convulsões sociais e políticas, a nível internacional e nacional. Desde as obras que leva à exposição Momento, em 1935, ensejo significativo por uma outra arte moderna e em contraponto com a I Exposição de Arte Moderna, do SPN, apresentando
Miseráveis e Mulheres do Alentejo, como quem “tra[z] nos olhos a estrela da manhã da sua juventude”, ao desenho político-satírico publicado no semanário cultural oposicionista O Diabo, à temática social do trabalho, com Homens do fogo (c. 1942), obra ímpar no seu tempo e para o panorama artístico português, numa exaltação da força humana numa grande produção fabril, ao desenho Meditação ilustrando o frontispício de um censurado Grito de guerra, o artista interpreta e revela artisticamente uma compreensão e uma concepção humanista do mundo e da sociedade.
Com esta intenção humana subjacente, #Dourdil atende à realidade social, transfigurando-a expressivamente, sobretudo quanto às funções sociais dos homens, nomeadamente a do trabalho – ele próprio um ‘operário’ da arte –, reflectida também na longa ‘série’ das Varinas, ou mesmo nos murais que concebe para o Laboratório Sanitas, numa constante que percorre grande parte da primeira fase da sua Obra.
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Maria Teresa Bispo
(DPC-CML)
"Olhar e ver. Subjectividade e objectividade, uma dialéctica no
processo criativo."
"A atitude de observar não implica uma correspondência uniforme e universal de ver, ou melhor, de apreender
. No plano plástico e da criação artística dinamizam-se uma série de factores, de instrumentos e de processos que conduzem primeiro à singularidade, depois à identidade imagética. Partindo de um exemplo concreto de uma obra de Luís Dourdil, analisaremos brevemente os meandros que decorrem entre a realidade visível e a representação, no que é a estrutura compositiva do pintor, naquilo que o seu olhar realmente viu, como filtrou a realidade na obra acabada."
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Luís Fernando A. Dourdil Dinis
Um retrato intimista numa breve evocação do pintor Luís Dourdil, meu pai
"Breve abordagem das memórias pessoais que acumularam informação sobre as vivências relacionais e criativas de Luís Dourdil. 
O testemunho concretiza-se através do tempo, também filtrado ora pelo olhar da criança, ora do jovem, ora do adulto em que me tornei.
Filtrar a realidade, para meu pai, elaborava um instrumento de criação, no meu caso apenas um depoimento que julgo, substancia um contributo para o melhor entendimento da obra e da vida de um artista que nos deixou um legado considerável."
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LUIS DOURDIL



" (...) usando têmpera de ovo, Dourdil criou um imenso espaço cénico, nem profundo nem apenas bidimensional, povoado de figuras humanas, ora sentadas ora de pé, em grupos também, na simplificação nivelada então garantida pela perfeição das soluções, dos meios tons, das sombras suaves e das distâncias lumínicas, rectangulares, tudo apreciável em travelling lateral, o lugar ou o labirinto da meia festa daquela gente emblemática, a execução solta e exacta, os valores macios, as arestas mais
pressentidas do que ostentadas, um murmúrio de vida colectiva a mover-se em câmara lenta, sublinhando a ideia sem nomes do grande espaço cénico do café, memória de belas salas de fumo de teatros e cinemas( ...)"
Rocha de Sousa











TERTÚLIA "O LUGAR COMUM NA OBRA DO ARTISTA"


Realizou-se dia 23/04/2015 no mítico Café Império em Lisboa, mais uma Tertúlia, no âmbito do Centenário do pintor Luis Dourdil, dinamizada pela Prof.Dra Maria Calado, pela Prof Dra. Ana Cristina Martins, pelo artista plástico Pedro Chorão, pelo Jornalista Investigador Antonio Valdemar.
Entre outros convidados destaque para o Dr. João Seixas coleccionador de arte, Dra Ana Isabel Ribeiro,os netos do eccritor Fernando Namora, Miguel Namora e Sofia Namora, o Arquitecto Jorge Ramos de Carvalho, CML,
Dra.Teresa Bispo CML, Dr. Álvaro Lobato de Faria director do MAC, Eng Zeverino Silva, Desing Vladimiro Rocha, Dr Luis Fernando Dourdil filho do pintor e a mulher autora do blog. Antonieta Figueiredo 
A senhora Prof. Doutora Maria Calado, lembrando a 
sua época de estudante na Escola de Belas Artes e o seu apreço pela obra e pela personalidade cativante de Luís Dourdil que convivia com os seus professores.designadamente com o escultor Lagoa Henriques, entre outros.Recorda-o na Brasileira e na Marques, em convívio com os seus pares. Referindo-se à obra do pintor salientou a mestria de Luís Dourdil e os seus profundos dotes artísticos na linha da escola francesa, frisando a importância do seu trabalho como designer gráfico em várias vertentes ilustrativas, com grande relevo na ilustração cientifica.
Falou ainda da retrospectiva que a ESBAL realizou em 2001 homenageando Dourdil e divulgando a sua obra aos estudantes.



Jornalista Investigador António Valdemar, Sofia Namora e Miguel Namora netos de Fernando Namora.




António Valdemar, que é possuidor de um discurso fluente, com uma memória prodigiosa recordou factos históricos da Arte Portuguesa.
 Amigo e admirador de Luis Dourdil enalteceu a sua criatividade, assim como a sua forma de estar na vida, com um humor muito sóbrio e de personalidade discreta, convivia em harmonia com os seus pares nas tertúlias da Brasileira.
Disse ainda :

"Luis Dourdil era um navegador de mar alto numa cidade de cacilheiros."




" A pintura é a forma mais de arte mais explicita dos sentimentos e do pulsar duma cidade
Luis Dourdil soube como desenvolver a sua arte, enquanto a convivência e a partilha com os artistas da sua época ia tornando-se essencial na definição e afirmação de um estilo e identidades únicas."
Prof. Dra Maria Calado 



Prof. Dra Maria Calado e o Dr. Luis Fernando Dourdil filho do pintor Luís Dourdil
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Tertuliando… 
Antonieta Figueiredo, o Jornalista António Valdemar e Sofia Namora



Pedro Chorão artista plástico, filho do arquitecto Raul Chorão Ramalho, convivia com Luís Dourdil amigo do seu pai.
Entre os dois, apesar da diferença de idades, existiu uma cumplicidade de grande amizade que Pedro recordou visivelmente emocionado.

Referiu, que o verdadeiro Professor para ele tinha sido Luis Dourdil e não os académicos... 

Pedro recordou histórias de momentos vividos pelos dois artistas no confronto com o fenómeno da criatividade e que partilhavam as suas dúvidas no acerto de " uns tais azuis " ... 
Pedro Chorão teve um profundo desgosto com morte de LuisDourdil.



Dr. Álvaro Lobato de Faria, o Arquitecto Jorge Ramos de Carvalho e a sua esposa.


Dra Ana Isabel Ribeiro, filha do pintor Rogério Ribeiro e Dr João Seixas.



Eng Zeverino Silva, Dr. Álvaro Lobato de Faria Director do MAC.,Dr. João Seixas e o Arq.Jorge Ramos de Carvalho,tertuliando…



A Dra Teresa Bispo historiadora, esq.,a Prof Dra. Ana Cristina Martins, ao centro  da Sociedade de Geografia e a Prof.Dra Maria Calado à direita





EXPOSIÇÕES DE LUIS DOURDIL


Foto de Eduardo Gageiro

Sempre admirei o Mestre Dourdil,
ainda me lembro quando em casa do meu amigo Fernando Seixas no Alqueidão eu e um grupo de colegas de Arquitectura esgravatávamos folhas e folhas de papel desenhando tudo o que víamos na ânsia de captar como por magia
a natureza que nos envolvia,tudo isto perante o olhar complacente do Mestre que de vez em quando corrigia um ou outro dando ao desenho a magia que procurávamos.
Tenho saudades do Mestre Dourdil

Carlos Mendes Arquitecto e Músico




Luis Dourdil Exposições
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Luis Dourdil Exposições
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Luis Dourdil Exposições " Nús "
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TERTÚLIA SINGULARIDADES VISÍVEIS E INVISÍVEIS EM LUIS DOURDIL

 Realizou-se dia 09 de Março de 2015, no Café Império em Lisboa, mais uma Tertúlia no âmbito do Centenário do pintor Luís Dourdil.
Participaram como convidados vários artistas plásticos,historiadores, arquitectos, professores e conservadores/restauradores,designadamente.
Recordou-se a vida e obra do artista com a entusiástica participação dos presentes.


Pedro Calapez, mencionou o prazer de estar presente nesta homenagem ao pintor Luis Dourdil.

"Tive o privilégio de conhecer Dourdil de quem admiro a obra!"
Pedro Calapez
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Dra Ana Isabel Ribeiro, Directora da Casa da Cerca e filha do Pintor Rogério Ribeiro num dos momentos da sua intervenção, Luis Fernando Dourdil, Maria Virgínia Pinto, viúva do Eng. Vieira Pinto entre outros convidados.


Arquitecto Fernando Pinto, filho do Eng. Vieira Pinto, grande amigo de Luis Dourdil, responsável e autor dos estudos do ar condicionado do Café Império.



A artista plástica Lena Gal, admiradora do homenageado esteve presente.




"O fluir da vida cultural deve ser conhecido se queremos entender alguma coisa da acção das protagonistas

Para o situar na sua geração, vale a pena lembrar os nomes de alguns pintores portugueses que nasceram nessa década: Álvaro Perdigão, Manuel Filipe, Manuel Ribeiro Pavia, Estrela Faria, Augusto Gomes, José de Lemos, Paulo Ferreira,Cândido da Costa Pinto, Magalhães Filho, Guilherme Camarinha, Manuel Lapa, António Dacosta, João Navarro Hogan, Luís Dourdil, Maria Keil, Júlio Resende. Joaquim Rodrigo e José Júlio, nascidos também na mesma década,vieram a revelar-se pintores, mais tarde do que os outros.É um conjunto de artistas que fazem charneira entre a geração de Botelho, Eloy, Júlio, Alvarez, e a geração de Pomar, Lanhas, Vespeira e Fernando de Azevedo. Vieira da Silva era ainda muito pouco conhecida, por viver fora de Portugal(...)
Rui Mário Gonçalves








segunda-feira, 25 de maio de 2015

HOMENAGEM AO PINTOR LUIS DOURDIL NO MUSEU DA FARMÁCIA EM LISBOA



Realizou-se, no dia 27/03/2015 pelas 16 horas, no Museu da Farmácia em Lisboa, uma palestra onde foram oradores o Prof. Vitor Serrão, Dr. Joaquim Caetano, Dr.João Neto e Arq.Fernando Seixas,designadamente.






No ano em que se assinalam 100 anos sobre o nascimento de Luís Dourdil, a Câmara Municipal de Lisboa e a família do pintor, em colaboração com a Sociedade Nacional de Belas Artes, o Museu da Farmácia, a Sociedade Geografia de Lisboa (estudos do património) e o Café Império, promovem um programa de actividades em torno da obra de um dos mais 
emblemáticos artistas portugueses do século XX.



O historiador e crítico de arte, catedrático da Faculdade de Letras,Professor Vitor Serrão, dissertou sobre a importância da pintura mural à qual se dá cada vez mais importância no mundo, dado a sua perenidade e desta forma ser um testemunho da cultura dos povos. 











As temáticas focadas foram diversas, no contexto do Centenário com a abordagem às pinturas murais (afrescos) de Luís Dourdil realizados em 1945, os quais integram, desde 1995, o valioso espólio do Museu da Farmácia




O Dr Joaquim Caetano historiador e conservador de arte da empresa Mural da História foi o responsável e orientador pelo "transplante" dos mesmos tendo elucidado os presentes dos meios e técnicas utilizados, aquando do levantamentos das paredes do laboratório Sanitas.