sexta-feira, 1 de março de 2019

Eu creio que Dourdil andou por estes meandros 
da "secção de ouro" e da porta da harmonia...
Desde a monumentalíssima e tão belamente ritmada composição, executada a têmpera na grande tradição do "fresco", (Café Império),até as pinturas bem menores ou simples desenhos, Dourdil foi ritualizando como uma espécie de "promenade" do espectáculo da vida com seres do acaso,"motards",jovens apaixonados,vagabundos,vultos; ou o outro lado da vida,a inteireza de um corpo de peixeira na sua ortogonalidade sensual, diálogos sussurrados, de vendedeiras de mercado, belas como estátuas...

Nenhum destes corpos perde alguma vez a majestade da atitude,uma espécie de dignidade clássica que confere o respeito à representação. É este acerto,raro neste tempo em Portugal -só Almada o conseguiu- que surpreende e dá a toda a obra de Dourdil uma excepcional presença no contexto português. Luis Dourdil é, finalmente um admirável pintor do silencioso achamento da totalidade.

Fernando Azevedo Março de 2001 InLuis Dourdil-Exp. de Pintura e Desenho:Palácio Galveias





Óleo s/tela 120 X 130 do ano de 1973. Colecção de arte do Grupo Totta.© All rights reserved

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