Luís Dourdil nasceu em Coimbra, na Rua do Guedes, freguesia da Sé Velha, no dia 08 de Novembro de 1914 e faleceu em Lisboa no dia 29 de Setembro de 1989.
Em 1935, surgiu pela 1ª vez na Exposição de Arte Moderna, organizada pela revista de Cultura e Arte “Momento”.
Entre 1944 e 2000, a sua obra pôde ser apreciada de norte a sul do País em exposições colectivas.
Era uma sensibilidade extraordinária, o Luís Dourdil;
e como essa sensibilidade se aliava a grandes conhecimentos de arte e ao domínio inteiro da técnica, em particular do desenho, o Dourdil tinha todas as condições para ter sido um nome de primeiro plano na Arte Portuguesa do nosso tempo. O seu desenho tem uma leveza e, ao mesmo tempo, uma força que marcam a personalidade do artista”.
Raul Rego
Os desenhos de Luís Doudil dão conta,desde a escolha da maleabilidade do carvão,a uma voluntariedade da mão que se deixa embriegar na sequência da linguagem e na passagem de um a outro desenho,numa longa e meditada harmonia sem se deixar cegar pela lucidez duma solução,focaliza a sua atenção na figura humana criando uma "caligrafia muito personalizada",como adjectivou o Prof. Rocha de Sousa.
" Um artista na continuidade e na renovação"
"Mais de quarenta anos de experiência, aberta a uma sempre livre inspiração pessoal e, ao mesmo tempo, a um apuramento técnico amadurecido, lúcido, intransigente com a sua mesma facilidade, fizeram de Luis Dourdil um dos pintores e desenhadores mais seguros de si mesmo nas artes plásticas de Portugal moderno.
A sua obra foi sempre e é agora mais do que nunca a de uma personalidade forte, exprimindo-se sem influências que possam ser dependências. E é uma obra excepcional em que a força e firmeza, sem necessidade de feitos nem de rebuscamentos dão uma <verdade> de visão de artista que só deve a si próprio".
Mário de Oliveira
Para o situar a geração de Dourdil, vale a pena lembrar os nomes de alguns pintores portugueses que nasceram nessa década:
Mário Dionisio, Álvaro Perdigão, Manuel Filipe, Manuel Ribeiro Pavia, Estrela Faria, Augusto Gomes, José de Lemos, Paulo Ferreira,Cândido da Costa Pinto, Magalhães Filho, Guilherme Camarinha, Manuel Lapa, António Dacosta, João Navarro Hogan, Luís Dourdil, Maria Keil, Júlio Resende. Joaquim Rodrigo e José Júlio, nascidos também na mesma década,vieram a revelar-se pintores, mais tarde do que os outros.
É um conjunto de artistas que fazem charneira entre a geração de Botelho, Eloy, Júlio, Alvarez, e a geração de Pomar, Lanhas, Vespeira e Fernando de Azevedo. Vieira da Silva era ainda muito pouco conhecida, por viver fora de Portugal.
"O fluir da vida cultural deve ser conhecido se queremos entender alguma coisa da acção dos protagonistas".
Rui Mário Gonçalves
S.N.B.A. 06 de Junho de 1960
-Celestino Alves, Carlos Botelho, B. Tavares, Conceição Silva, Anjos Teixeira, Peres Fernandes, José Júlio, Machado da Luz,
Luís Dourdil
Sentados -Abel Manta, Abílio Mereles, Pedro Guedes e Frederico George.