(...) "Pequena história que ilustra bem o carácter do pintor.
Dourdil trabalhava num atelier nos Corochéus cujos jardins envolventes, a partir de determinada altura foram palco de habilidades motorizadas diversas.
O ruído produzido era extremamente perturbador do seu trabalho,interferindo demasiado no seu silêncio peculiar.
Foi então que Dourdil interpelou esses jovens, convidando-os, inclusivamente, a visitar o seu atelier, mostrando-lhes o seu trabalho, em muitos dos quais figuravam esses mesmos jovens de jeans e capacetes em deleites fortuitos nos relvados.
Chegaram então a um acordo:quando Dourdil estivesse a trabalhar, colocava à janela um pano vermelho, sinal suficiente para que os motores se silenciassem na proximidade do atelier.
Note-se que este acordo foi honrado,para espanto de outros".(...)
Ana Isabel Ribeiro
in Luis Dourdil O Lápis Como Instrumento Soberano Catálogo Casa da Cerca
Nenhum comentário:
Postar um comentário