terça-feira, 2 de agosto de 2016

PINTURA PORTUGUESA SEC.XX

"_ Luis Dourdil, um dos valores da actual pintura portuguesa, não se deixa seduzir por qualquer tendência pictórica. A sua personalidade requer liberdade e sabe imprimir um critério de unidade cromática às variadas formas que compõem a sua obra. 
Em todas elas palpita um dedicado sentido de cor fazendo prevalecer a fluidez e a vitalidade sobre as figuras.
Além disso, existe algo que se agita nos seus quadros e que actua como denominador comum: uma vontade pessoal de busca nos contornos,  para os tornar em poema e converter em mito e assim introduzindo-se deixa antever formas irreconhecíveis, que subvertem as leis do mundo externo.




- Luis Dourdil não pretende transformar a realidade interior do homem sem uma equivalente transformação da realidade exterior, já que a vida do espírito depende estreitamente das condições sociais.
E isto provoca cisões e expurgos no movimento de cada tela e o artista em vez de « ver» o mundo exterior como se apresenta a todos, interpreta-o através dele próprio.




Nas suas telas Dourdil, vai encontrando a sua verdade; a velha verdade que não lhe pertence em exclusivo, que é de todos e não admite nada «pessoal» no que se diz ou que se pinta: o mundo existe, a morte existe, o homem é e não é, o mar é o mar e estamos todos cheios de àgua de terra e de lama.
De tanto a sua visão projecta-se mais para além da realidade aparente e conduz a um mundo liberto no qual podemos consentir em tudo e no qual nada é incompreensível.
_____________________________________o Dia ___ 05 -06 82

Margarida Botelho __ 75 ARTISTAS EM PORTUGAL - 1989 

Nenhum comentário:

Postar um comentário