terça-feira, 1 de dezembro de 2015


 Luís Dourdil discreto e organizado,pintou (superiormente) como viveu,inteiro,com coerência,numa espécie de modéstia ao mesmo tempo perplexa e empolgada,sentido por dentro as suas referências culturais,auto-aprendizagem,o correr da História.
Entrar no seu atelier do Coruchéus era descobrir-lhe a ordem,a serenidade do lento e longo diálogo com as aparências.os materiais e as matérias da pintura,o equilíbrio de um profissionalismo conquistado em muitos anos de pesquisa gráfica.
É preciso reafirmar que Luis Dourdil é um dos principais autores da pintura moderna portuguesa e que a justiça de que porventura beneficia agora chegou tarde e mal dimensionada no confronto com personalidades,suas contemporâneas, de idêntico valor.Isso pode dever-se em parte,ao modo de ser do artista,à sua modéstia,mas deve-se também,e sobretudo,à incapacidade dos nossos analistas para escapar a este fenómeno provinciano(de mimetismo complexado) que os reduz aos padrões consumíveis da moda e os impede de assumir,com isenção científica,critérios históricos e estéticos,o estudo plural de modos de formar que se distingam,em exemplar qualidade,daquele tipo de referências.
Dourdil não foi um autor de circunstância.Não teve nunca de se submeter o mundo das suas formas e da sua ecrita aos postulados efémeros da exterioridade consumista.Não teve porque acreditava no valor intrínseco das suas descobertas e conferia maior 
importância ao trajecto lento mas sincero,e essa interioridade que sempre sobrepôs." - Rocha de Sousa in Artes Plásticas,nº1 Jul.1990

Luís Dourdil Óleo S/tela 98X120 de 1981 
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