sábado, 18 de setembro de 2021




"Luis Dourdil, discreto e organizado, pintou (superiormente) como viveu, inteiro, com coerência, numa espécie de modéstia ao mesmo tempo perplexa e empolgada, sentido por dentro as suas referências culturais, auto-aprendizagem,o correr da História. Entrar no seu atelier do Coruchéus era descobrir-lhe a ordem, a serenidade do lento e longo diálogo com as aparências. os materiais e as matérias da pintura, o equilíbrio de um profissionalismo conquistado em muitos anos de pesquisa gráfica. É preciso reafirmar que Luis Dourdil é um dos principais autores da pintura moderna portuguesa e que a justiça de que porventura beneficia agora chegou tarde e mal dimensionada no confronto com personalidades, suas contemporâneas, de idêntico valor. Isso pode dever-se em parte, ao modo de ser do artista, à sua modéstia, mas deve-se também, e sobretudo, à incapacidade dos nossos analistas para escapar a este fenómeno provinciano(de mimetismo complexado) que os reduz aos padrões consumíveis da moda e os impede de assumir, com isenção científica, critérios históricos e estéticos, o estudo plural de modos de formar que se distinguam,em exemplar qualidade, daquele tipo de referências.
Dourdil não foi um autor de circunstância. Não teve nunca de se submeter o mundo das suas formas e da sua ecrita aos postulados efémeros da exterioridade consumista. Não teve porque acreditava no valor intrínseco das suas descobertas e conferia maior importância ao trajecto lento mas sincero, e essa interioridade que sempre sobrepôs."
 - Rocha de Sousa in Artes Plásticas,nº1 Jul.1990







                                             Pintura portuguesa
                                                                                   Luís Dourdil 1914-1989


"A pintura supera toda a obra humana pelas possibilidades subtis que encerra"
Leonardo Da Vinci








                                                 Carvão sobre papel composição abstracta ano c. 1940 

                                                 Luis Dourdil © All rights reserved

Pintura Portuguesa Sec.XX


"Viver é um favor que não se sabe quando acaba - nem como pagar - mas que se sabe, logo à partida, que vai acabar antes de nos apetecer. Todos os dias sinto que foi mais um dia que me foi dado e, ao mesmo tempo, mais um dia que me foi subtraído, que jamais hei-de recuperar."
Miguel Esteves Cardoso





Carvão sobre papel composição abstracta de Luis Dourdil 1940

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