quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Pintura Portuguesa Sec.xx



Registos de uma vida"
(...) Durante os anos cinquenta ,os artistas modernos portugueses concentravam a sua meditação no confronto de duas concepções pictóricas: a figurativa e a abstracta.Havia os radicais ,a favor de uma ou outra concepção, e havia os que procuravam sínteses.
A novidade estava na arte abstracta.Mas os mais velhos e os mais informados não podiam esquecer que os pintores naturalistas eram bastante mais dotados e que o Naturalismo permanecia no gosto dominante da sociedade portuguesa. A vontade de aproveitar o máximo de ambas as concepções,figurativa e abstracta acompanhava a vontade de aproveitar o máximo de todas as artes.
Luís Dourdil foi realizando, lentamente, com segurança uma obra de grande unidade estilística,passando de um realismo minucioso de "Homens de Fogo"(1942) a uma figuração abstractizante.
Rui Mário Gonçalves



Oleo S/tela "Fase das varinas" © All rights reserved


“A arte é geralmente a primeira reveladora das transformações que a humanidade deseja. Não é a política. A boa política é aquela que serve os verdadeiros anseios da Humanidade, e esses verdadeiros anseios são expressos na melhor arte”

Rui Mário Gonçalves









"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza".

Pablo Neruda







                        Carvão S/papel  de Luis Dourdil70 X 100 " Jovens"1980  colecção particular
                        © All rights reserved

Pintura Portuguesa Sec. xx


As Portas que Abril Abriu

(...) Dizia soldado amigo 
meu camarada e irmão 
este povo está contigo 
nascemos do mesmo chão 
trazemos a mesma chama 
temos a mesma ração 
dormimos na mesma cama 
comendo do mesmo pão. 
Camarada e meu amigo 
soldadinho ou capitão 
este povo está contigo 
a malta dá-te razão.

Foi esta força sem tiros 
de antes quebrar que torcer 
esta ausência de suspiros 
esta fúria de viver 
este mar de vozes livres 
sempre a crescer a crescer 
que das espingardas fez livros 
para aprendermos a ler 
que dos canhões fez enxadas 
para lavrarmos a terra 
e das balas disparadas 
apenas o fim da guerra.

Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer" (...)

José Carlos Ary dos Santos






 " Soldado " de Luis Dourdil
 Óleo s/tela 118 x 98 ano 1974 colecção particular © All rights reserved





Pintura Portuguesa Sec.XX - Memórias dos Coruchéus


50 Anos de arte Victor Belém 


Aos meus mestres Jorge Marcel, Almada Negreiros, Júlio Pomar, Luís Dourdil, Lima de Freitas, Regina Alexandre, Rui Filipe, João d’Ávila, Rocha de Sousa, a quem tanto devo.



Agradecimentos
À Helena Garrett e ao Mário Belém
sem os quais este catálogo e a
produção da exposição não teriam
sido possíveis.

E, por fim, aos prefaciadores
dos meus catálogos: Ruis Mário
Gonçalves, José Luís Porfírio,
Cruzeiro Seixas , Eduardo Xavier,
José Jorge Letria, Alberto Pimenta,
Dórdio Guimarães, Ernesto de Sousa,
Madalena Brás Teixeira, Rodrigues
Vaz, Paulo Cardoso, Maria João
Fernandes, e Luisa Abreu Nunes, sem
os quais as minhas obras não teriam
sido tão divulgadas junto do público.
ficha técnica da exposição
câmara municipal de lisboa


Pintura de Victor Belém a José de Almada Negreiros






Pintura Portuguesa Sec. XX



" A pintura é a forma mais de arte mais explicita dos sentimentos e do pulsar duma cidade
Luis Dourdil soube como desenvolver a sua arte, enquanto a convivência e a partilha com os artistas da sua época ia tornando-se essencial na definição e afirmação de um estilo e identidades únicas."
Prof. Dra Maria Calado 





© All rights reserved

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM



Ilustrada por trinta artistas portugueses em Novembro de 1986.


Desenho a carvão de Luis Dourdil colecção particular © All rights reserved


Artigo 13º

1- Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um  Estado.
2-Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
























sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

 Luis Dourdil  que era um  assíduo leitor dos autores portugueses, muito apreciava a escrita de Vergilio Ferreira, com quem convivia, sendo este por sua vez um interessado em arte, designadamente  por pintura admirava a obra do artista e do facto deu conhecimento público.No seu livro Conta-Corrente 3 (1980 - 1981), ed./Livraria Bertrand.

Vergílio Ferreira 
Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentes no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século. 
Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. A sua prosa, que entronca na tradição queirosiana, é uma das mais inovadoras dos ficcionistas deste século. 
O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Além disto, Vergílio Ferreira deixou-nos vários volumes do diário intitulado "Conta-Corrente". Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993). Recebeu o Prémio Camões em 1992.




De 1969 a 1992, Vergílio Ferreira manteve um diário pessoal que designou como Conta-Corrente. Nele registou com regularidade o seu quotidiano enquanto homem comum e enquanto escritor. Mas Conta-Corrente não revela apenas aspectos menos conhecidos ou mais íntimos de Vergílio Ferreira - oferece, outrossim, ao leitor a experiência extraordinária de ver o País, o Mundo e uma Época através do olhar de um dos grandes pensadores e prosadores do século XX português.
Conta-Corrente
3
1980 - 1981 


Página 346




página 347






https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Dourdil